O ADRO DA IGREJA É DE TODOS

O adro da Igreja é de todos os que fazemos dele não apenas um espaço de passagem, mas também um lugar de estar, com as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias, um lugar de vontades em conversação, onde o tempo de expressar as preces por um futuro melhor possibilita a manifestação do desejo de que nenhuma autoridade seja capaz de tolher os sonhos do Evangelho de Cristo que dá sentido à vida.
Um lugar onde se fazem ouvir a uma só voz com diferentes vozes os protestos descontentes, pois as ameaças de vermos desfeitos tristemente muitos projectos em que nos comprometemos com tanto empenho, esperançados pelo Concílio Vaticano II, não endurecendo o nosso coração, tornam-nos rijos num sentimento de tempestiva revolta. E quando é assim, nunca falte a misericórdia para que não acabe mal o que possa ter começado com boa intenção, porque a reacção violenta de «ruidosos tradicionalistas» faz-nos temer sempre o pior. O adro da Igreja é também um lugar teológico de uma presença histórica por parte dos católicos, onde a sua reflexão face aos desafios da “alegria do amor que se vive nas famílias” lhes permite propor os elementos válidos da compreensão humana actual sobre a vida em casal, livre e responsável, animados pela fé em Cristo, apoiados no amor conjugal que “tem a sua expressão e realização peculiar no acto próprio do matrimónio. São, portanto, honestos e dignos os actos pelos quais os esposos se unem em intimidade e pureza; realizados de modo autenticamente humano, exprimem e alimentam a mútua entrega pela qual se enriquecem um ao outro na alegria e gratidão.” No adro da Igreja também está a Igreja. 

(LDO)

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